As vezes não sei o que faço
As vezes não sei o que traço
As vezes não sei o que trago
As vezes não sei a que escapo.
Quero sair mas, fico
Quero chorar... me intrigo
Quero gritar... me inibo
Ah!... a minha Libido!!...
Rimas são sempre rimas
É fácil jogar e brincar com as palavras
Mas, e a vida a ser vivida,
a ser esculpida,
a vida a ser engolida,
a ser cuspida,
a vida a ser despida,
a ser doída,
a vida a ser abolida,
a vida por ser sortida,
A todos cativa, em sua imensa diversidade,
Nua e crua em toda as suas verdades
Renovada na maternidade
Compartilhada na fraternidade
Espiritualizada na Cristandade
Fragilizada na mortalidade
Estereotipada na criminalidade
Amendrontada na crueldade
Marcada na austeridade
Imaculada na bondade
Quero amar com toda a minha intensidade
Quero meu corpo sempre pulsando de prazer
prazer em amar
prazer em orar, em contemplar
prazer em abraçar, em beijar
prazer em gozar
prazer em gargalhar, em chorar
prazer em gritar
em cantar
prazer em respirar
em ver as estrelas, a lua, o pôr do sol, o céu
o mar...
Nossa! Quanta energia de vida que por descuido
Pode virar melancolia!
Mas talvez este seja o meu momento de
Exagerar no romantismo, de
Extravasar nas palavras, de pulsar
Cada anseio no movimento da caneta
Talvez seja este o momento de falar,
Falar talvez pra ninguém escutar
Talvez seja este o momento de rimar, de
Com as palavras jogar, como se a vida
Pudesse ser resolvida num emaranhado de letras,
Grafismos, ideias, pensamentos...
Talvez este seja o meu momento de "viver"
Claudia Conte
Leopoldina, 11/05/1996