segunda-feira, 18 de junho de 2018

O VENTO E O TEMPO

Quanto mais o vento sopra
Mais a tua ausência me sufoca
Quanto mais o vento assobia
Mais a tua ausência me esfria

Há sempre um lado sombrio no vento
Como há sempre uma certa angústia no tempo
Há de termos uma enorme paciência
Pois há momentos em que o tempo não passa
Outros em que o tempo nos escapa
Com o tempo contamos nossa existência
E é o tempo o limite da nossa consciência
Por isso, aprendi a admirar o vento
Ele se impõe de forma inigualável
Como quem busca romper barreiras
Abrir fronteiras
E atingir o intocável
O vento é rebelde, desafiador
Forte e as vezes avassalador
O que não difere muito do amor
As vezes penso que o vento quer brincar com o tempo
Mostrando a ele que o vento pode correr
contra o tempo
Outras vezes, parece que o tempo fez do vento
seu prisioneiro
Que o vento roda, se debate mas, não sai do
lugar aonde está

Quero que o meu amor seja emocionante e
forte como o vento
Mas não quero este amor prisioneiro do tempo
Quero te amar com toda a intensidade do vento
Não como um furacão passageiro
Mas com um amor infinitamente verdadeiro
Um amor companheiro que transcende o tempo
Quero te amar neste tempo, em outro tempo 
E além de qualquer tempo
Quero ser sua brisa nas manhãs
Ser uma leve aragem à tarde
E à noite, ser um forte vento
Uma invasora ventania, um tufão,
um furacão
E estar para sempre, em todos os tempos
No seu coração.

Claudia Conte
Leopoldina, 08/01/2001